Imagem não é tudo

Ontem, estava visitando uma Igreja quando presenciei a situação que vou compartilhar.

No meio da fala, o Líder religioso fez uma abordagem dizendo que "nós somos estéticos" e que as pessoas são movidas pelas aparências. Eu já estava refletindo sobre onde ele queria chegar, imaginando uma mensagem sobre o valor real das coisas, uma crítica à valorização da imagem e culto à beleza, da vida de aparências, etc, quando ele apresentou dois embrulhos: um pequeno, dentro de uma sacola plástica, tipo de mercado, e outro grande, uma linda caixa azul e branca, com laços de fita largos e prateados. Colocou os dois embrulhos sobre a mesa, lado a lado. Voltando-se para a Igreja, convidou uma menina que estava sentada num banco para ir à frente.

Dirigindo-se à menina, perguntou:

- Se você pudesse escolher um desses presentes, qual você escolheria ?

A menina não hesitou e apontou a caixa menor, a embrulhada com a sacola.

Percebi na hora que o Líder foi pego de surpresa. Ele não esperava aquela escolha da parte da criança. Na verdade, imaginava que a criança genuinamente seria influenciada pela apresentação do embrulho e, assim, ele teria a metáfora para sua exposição. Enganou-se.

Ele insistiu que as pessoas tendem a escolher o embrulho mais bonito porque "nós somos estéticos" e que por isso era necessário melhorar a apresentação do Templo. Com essa abordagem, fez o lançamento de uma campanha para arrecadação de contribuição para a reforma do Templo e aquisição de mobiliário.

Lamentável. Primeiro, porque na Igreja, tudo o que eu não esperava ouvir é que "nós somos estéticos". Se somos, a Igreja é O local onde isso tem que ser combatido, afinal, Jesus pregava a simplicidade. Nasceu na manjedoura, não viveu em palácio, não valorizava a aparência, mas a essência das pessoas. Segundo, porque ele subestimou a criança. Esqueceu-se que Jesus disse que Deus revelou às crianças o que escondeu dos sábios e cultos e que o Reino dos Céus pertence àqueles que preservam o coração como das crianças.

Aquela criança deu uma aula com uma simples escolha: nós não devemos escolher pela imagem. Não importa o tamanho ou a beleza do embrulho, o que importa é o que se tem por dentro.

Eu tive a alegria de estar naquela Igreja e ver a minha filha escolher o presente mais simples e deixar aquela mensagem divina implícita naquele gesto.


Glória a Deus!


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