Hoje eu vou contar uma história... Talvez você já tenha ouvido também...
Era uma vez, um homem trabalhador chamado seu João. Seu João, casado com a dona Maria e pai de duas filhas, com muito sacrifício conseguiu o seu sonho de vida: criar as filhas com dignidade e ter seu pedaço de chão.
Ele mesmo, com sua habilidade de pedreiro, construiu a casa da família, com a ajuda da dona Maria, que ia cobrindo as despesas com suas encomendas de costura. Viviam felizes, uma vida sem luxo, mas que nunca faltou amor e o prato na mesa a cada refeição.
Nunca levou a família para viajar nas férias. Sequer foi possível fazer um passeio diferente no fim de semana. Mas nem por isso seu fim de semana era menos especial. O domingo era o dia de ir à feira, onde seu João já era um velho conhecido da maioria dos feirantes. Podia escolher um peixinho fresco e comprar a banana das crianças.
Seu grande prazer era sentar no portão e bater papo com todo mundo que passava, enquanto observava as crianças brincando na calçada. Seu mundinho era ali, com a família e os amigos da rua, vendo novas famílias se formando e novas casas subindo ali mesmo, nos quintais dos pais. Seu João era um homem feliz.
Suas filhas cresceram. Casaram. Os netos vieram. Seu João se sentia realizado.
Até que um dia, seu João se viu lesado. Foi golpeado pelo Governo, que não efetuou o pagamento da aposentadoria. Recebia o salário mínimo, não tinha como fazer reservas. Contava com o salário mensal na conta para cumprir suas obrigações. As contas foram chegando, uma após a outra, e se avolumando em cima da geladeira: luz, água, telefone... O gás acabou. A despensa esgotou. Geladeira só tinha água. O cartão de crédito, que só era usado para emergência, teve que entrar em ação... Mas o salário não veio, e os juros, sim.
Teve que contar com a ajuda das filhas, o que para ele já era uma humilhação. Afinal, sempre foi homem que cumpriu com sua obrigação familiar. Mas a economia doméstica das filhas já rodava bem justa, o que podiam era ajudar com a luz, para evitar que fosse cortada, e dividir as compras do mês...
Seu João e dona Maria já não têm aquela saúde de ferro. Tomam remédios para controlar a diabetes e a pressão. Agora, a doença é a depressão.
Seu João não pode mais ir à feira aos domingos. Não consegue colocar comida na mesa. Não dorme, mas também não sai da cama. Não tem ânimo para sentar no portão para conversar com os amigos. Perdeu a dignidade e a alegria de viver.
O Natal está chegando e esse ano não vai ter ceia. Com sorte, quem sabe uma rabanada na mesa ?
Infelizmente, esta história está longe de um final feliz...
Nesse Dia Internacional dos Direitos Humanos, antes de filosofarmos, que nós possamos refletir sobre o direito básico que está sendo tirado de milhares de cidadãos brasileiros: o direito à alimentação e à vida. Homens e mulheres, trabalhadores, que contribuíram para a nossa sociedade, como eu e você. Se cada um de nós puder fazer um ato concreto de apoio ao seu João que está por perto, estaremos dando um passo importante para a conquista dos direitos humanos, que estão sendo negados pelas instituições que deveriam promovê-los.
Bj bj!
Fonte da imagem: http://www.cdhep.org.br/2012/09/brasil-acata-159-das-170-recomendacoes-sobre-direitos-humanos-da-onu/110707_world_unity_hands/
Era uma vez, um homem trabalhador chamado seu João. Seu João, casado com a dona Maria e pai de duas filhas, com muito sacrifício conseguiu o seu sonho de vida: criar as filhas com dignidade e ter seu pedaço de chão.
Ele mesmo, com sua habilidade de pedreiro, construiu a casa da família, com a ajuda da dona Maria, que ia cobrindo as despesas com suas encomendas de costura. Viviam felizes, uma vida sem luxo, mas que nunca faltou amor e o prato na mesa a cada refeição.
Nunca levou a família para viajar nas férias. Sequer foi possível fazer um passeio diferente no fim de semana. Mas nem por isso seu fim de semana era menos especial. O domingo era o dia de ir à feira, onde seu João já era um velho conhecido da maioria dos feirantes. Podia escolher um peixinho fresco e comprar a banana das crianças.
Seu grande prazer era sentar no portão e bater papo com todo mundo que passava, enquanto observava as crianças brincando na calçada. Seu mundinho era ali, com a família e os amigos da rua, vendo novas famílias se formando e novas casas subindo ali mesmo, nos quintais dos pais. Seu João era um homem feliz.
Suas filhas cresceram. Casaram. Os netos vieram. Seu João se sentia realizado.
Até que um dia, seu João se viu lesado. Foi golpeado pelo Governo, que não efetuou o pagamento da aposentadoria. Recebia o salário mínimo, não tinha como fazer reservas. Contava com o salário mensal na conta para cumprir suas obrigações. As contas foram chegando, uma após a outra, e se avolumando em cima da geladeira: luz, água, telefone... O gás acabou. A despensa esgotou. Geladeira só tinha água. O cartão de crédito, que só era usado para emergência, teve que entrar em ação... Mas o salário não veio, e os juros, sim.
Teve que contar com a ajuda das filhas, o que para ele já era uma humilhação. Afinal, sempre foi homem que cumpriu com sua obrigação familiar. Mas a economia doméstica das filhas já rodava bem justa, o que podiam era ajudar com a luz, para evitar que fosse cortada, e dividir as compras do mês...
Seu João e dona Maria já não têm aquela saúde de ferro. Tomam remédios para controlar a diabetes e a pressão. Agora, a doença é a depressão.
Seu João não pode mais ir à feira aos domingos. Não consegue colocar comida na mesa. Não dorme, mas também não sai da cama. Não tem ânimo para sentar no portão para conversar com os amigos. Perdeu a dignidade e a alegria de viver.
O Natal está chegando e esse ano não vai ter ceia. Com sorte, quem sabe uma rabanada na mesa ?
Infelizmente, esta história está longe de um final feliz...
Nesse Dia Internacional dos Direitos Humanos, antes de filosofarmos, que nós possamos refletir sobre o direito básico que está sendo tirado de milhares de cidadãos brasileiros: o direito à alimentação e à vida. Homens e mulheres, trabalhadores, que contribuíram para a nossa sociedade, como eu e você. Se cada um de nós puder fazer um ato concreto de apoio ao seu João que está por perto, estaremos dando um passo importante para a conquista dos direitos humanos, que estão sendo negados pelas instituições que deveriam promovê-los.
Bj bj!
Fonte da imagem: http://www.cdhep.org.br/2012/09/brasil-acata-159-das-170-recomendacoes-sobre-direitos-humanos-da-onu/110707_world_unity_hands/
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