Filme: "Walt nos bastidores de Mary Poppins"



Assisti hoje ao filme "Saving Mr. Banks", aqui no Brasil com o nome "Walt nos bastidores de Mary Poppins", com Tom Hanks, Emma Thompson e Colin Farrel. Tom Hanks interpretando Walt Disney ? É claro que eu não perderia!

O filme é baseado em fatos reais e conta a estória de como Walt Disney conseguiu a cessão de direitos da autora Pamela L.Travers para filmar "Mary Poppins", uma negociação que levou anos para se concretizar. Segundo dizem, os dois nunca se gostaram e a autora não aprovou o resultado do filme. Se foi isso mesmo ou não, pouco importa. O que importa é que o filme conta uma boa estória, mesmo que romantizada e adocicada, mas também não dava para esperar nada muito diferente, afinal, estamos falando de um filme dos estúdios Disney, em que dois grandes ícones estão representados: Walt Disney e a autora do grande sucesso "Mary Poppins". Não dava para mostrar os "bastidores" do filme como um desastre!

Vamos ao filme. Mrs. Travers é uma mulher dura e amarga, incapaz de demonstrar qualquer delicadeza ou fazer uma gentileza. Ao longo do filme, vai se revelando que tudo isso era uma armadura na qual a autora se aprisionou para esconder suas lembranças e sentimentos mais profundos.

Do outro lado, Walt Disney, exatamente do jeito que a gente imagina: um homem alegre e sonhador, um pai amoroso, querendo cumprir a promessa feita a suas filhas de fazer um filme daquele livro que tanto as encantou. 

A sutileza com que Walt Disney conduziu esse processo de persuasão da Mrs. Travers, tentando se colocar no lugar da autora e compreender aquela imensidão de significados que o que parecia ser uma simples cessão de direitos autorais representava, foi fascinante. Além da persistência, deu lições de sensibilidade, empatia e respeito. Foi incansável na busca do seu objetivo: "um pai nunca quebra uma promessa feita a um filho". 

O filme conduz a uma viagem pelas lembranças mais profundas da infância da autora e também de Walt. E reforça que tudo tem um porquê, cada comportamento tem uma origem, uma razão de ser. Por mais que a tenhamos deixado pra trás, escondida num passado distante, pseudoesquecida, ela está presente no que nos tornamos.

Abrir a caixa preta, reencarar frustrações e decepções, por mais difícil que seja, é a chance de se reencontrar e fazer as pazes consigo mesma. Se perdoar para seguir em frente. Nem sempre a vida dá às estórias o melhor final. Mas como disse Disney, a imaginação é a forma de restaurar a ordem das coisas, é a chance de recontar as estórias, trazendo esperança para que consigamos viver em paz.

Recomendo o filme!

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