A coluna de Zuenir Ventura de hoje no Globo aborda dramas privados que se tornaram públicos recentemente, notadamente a acusação a Wood Allen por sua filha e a separação dos atores Cauã e Grazi, e conclui que "a web é escoadouro de muita coisa boa, mas também do que o gênero humano tem de pior em matéria de frustração, inveja e baixaria em geral".
Concordo em gênero, número e grau, mas ouso ainda completar a lista do que há de pior com mais um item: preconceito. Foi o preconceito que nós vimos nas redes sociais essa semana, quando foi postada a foto de um passageiro por uma professora universitária de uma respeitada instituição, registrada na sala de embarque de um aeroporto, em que perguntava se estava no aeroporto ou na rodoviária, por considerar que o passageiro não estava à altura. Foi o preconceito que continuou presente nos comentários dos seus amigos sobre a foto.
Lamentável que uma pessoa desse nível de formação educacional se posicione de forma tão infeliz, julgando pela aparência, com base nos estereótipos sociais que parece reconhecer. Fere o direito da personalidade, ao fotografar o passageiro, sem autorização. Sinceramente, o meu sentimento diante do caso foi de vergonha alheia.
A aviação brasileira mudou, deixou de ser um transporte de luxo, e vem se transformando, como se verifica nas estatísticas sobre o aumento do número de passageiros transportados nos últimos anos. E esse crescimento conta com uma fatia de novos passageiros que migraram, sim, do transporte rodoviário. É a aviação avançando em direção a ocupar o seu papel num país de dimensões continentais como o nosso. Ainda está longe de incluir todos os brasileiros, mas foi dado o primeiro passo.
Além disso, vamos combinar que nos principais aeroportos do mundo as pessoas não andam "emperequetadas" como se fossem para um evento. Ao contrário, à exceção de viagens profissionais, usam roupas confortáveis, principalmente se o voo for muito longo. Afinal, pra que mais que isso ? Ostentação só está na moda no funk. E olhe lá!
As pessoas precisam lembrar que cada um vale pelo que é, não pelo que tem. E o que a pessoa é não está relacionado aos títulos que acumula ou à posição social que ocupa. O que a pessoa é está vinculado ao seu caráter, valores e princípios.
Nunca é demais lembrar que todos são iguais perante a lei, de Deus e dos homens, têm os mesmos direitos e vão terminar no mesmo lugar.
Se quer glamour e escolher quem vai viajar ao seu lado, aluga um jatinho...
Kinha, várias verdades em um só texto. Concordo, integralmente, com seu posicionamento diante dos fatos apresentados, destacando, inclusive, que só muito recentemente passei a andar de avião, dois passeios, na verdade, e em ambos não fui de "terno e gravata".
ResponderExcluirÉ isso aí, Carlos! Não foi de "terno e gravata" e nem precisava!
ExcluirObrigada pelo apoio!
Bjs