Upgrade na educação ao celular

Sou uma viciada em celular, eu confesso! Não vou à esquina sem ele. Ele me transmite segurança, porque tudo que preciso está à mão e a sensação de estar acessível me tranquiliza. Além de servir de companhia e ajudar a matar o tempo na fila, nas salas de espera, na porta da escola... 

O meu celular “dorme” na cabeceira da cama. Fica ali porque não raro eu acordo e lembro alguma coisa que preciso fazer no dia seguinte, ou encontro a solução para um assunto no meio da madrugada, então registro logo, para o pensamento não escapar. E aí, claro, dou uma conferida básica nos e-mails que entraram...
 
Esquecer o telefone é o prelúdio de um dia difícil. Deixa um desconforto, parece que está faltando alguma coisa. Ou muita coisa! Afinal, com os smartphones, a nossa vida está dentro daquele  aparelho. Agenda, e-mails, anotações, informação, entretenimento... Sem ele, começam as neuras: e se alguém me ligar ? E se meu chefe me mandar um sms urgente ? E se entrar algum e-mail importante ? E se me acontecer alguma coisa, como furar um pneu na estrada, como vou me virar ? E se hoje for aniversário de algum amigo do Facebook ? (Calma! Não chego a tanto!) Mas a verdade é que dificuldades que não existiam há poucos anos atrás, quando não estávamos todos conectados, hoje podem transformar o nosso dia num poço de preocupação e ansiedade, se estivermos sem o celular.

Até aí, acho que a maioria consegue compreender. Mas mesmo os viciados como eu, precisam ter um mínimo de bom senso e educação. Tem algumas regras que precisam ser respeitadas, porque você não está sozinho no mundo. Você precisa lembrar que há pessoas ao seu redor e observar as regras de convivência.

Falar no celular no banheiro é uma delas.  Imagina você dividindo a bancada da pia do banheiro coletivo do seu trabalho para escovar os dentes, enquanto ao seu lado a pessoa "conversa animadamente" (eufemismo para “grita”) ao telefone. Pense na acústica daquele ambiente: a pessoa falando, o som das escovas de dentes, as torneiras abertas... Imaginou ? Agora reflita: o que pode ser tão urgente que não pode esperá-la sair do banheiro ? Certamente a programação de fim de semana não é! E se for mesmo urgente, por que não largou tudo e foi atender lá fora ?

A situação ainda pode piorar quando a pessoa está no ambiente reservado e individual do banheiro, falando no telefone enquanto realiza o que precisa fazer ali! Além de todos ouvindo a conversa nas cabines laterais, você se coloca na posição de quem está do outro lado da linha, imaginando o que passa pela cabeça quando alguém aciona a descarga! Que coisa desagradável!

No elevador, preciso mencionar ? Isso é pra lá de batido, mas ainda tem gente que insiste em atender o celular no elevador ! E atende e fica gritando: “Alô! Alô! Olha, a ligação está ruim e vai cair, porque eu estou no elevador!” Se a ligação já está ruim e vai cair, pra que atender então ? Não pode esperar 1 minuto e ligar assim que sair dali ?

E no almoço ? Manter uma longa conversa com um amigo ao telefone quando está almoçando com outro é o fim da picada! O outro fica ali, de frente, esperando a conversa acabar. Fica a pergunta: por que a conversa ao telefone se torna mais importante que a presencial ? Um mínimo de consideração seria checar a urgência da ligação e, não sendo, combinar de retornar mais tarde. O amigo que ligou merece sua atenção, assim como o que está ali com você.

Resolvi escrever esse post porque essa semana presenciei essas situações. De que adianta ter um aparelho com tecnologia de ponta se o usuário tem a educação de um neandertal  ? Larga o telefone e vai bater pedrinha pra ver se sai faísca!


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